sexta-feira, 26 de abril de 2013

"LETRAS EM VIAGEM", por Penacova


“Letras em Viagem” por Penacova

No âmbito do projecto “Letras em Viagem”, promovido pelo município, através da biblioteca, as crianças da Escola Básica do 1.º Ciclo de Roxo e São Mamede e as do Jardim-de-Infância de Lorvão assistiram a uma “hora do conto” com direito a três histórias que falam de sonhos, arte e livros.
Em “Um sonho muito interessante”, Isabel Ricardo Amaral apresenta uma lengalenga, precisamente, sobre o sonho. Na “Fada Palavrinha e o gigante das bibliotecas”, Luísa Ducla Soares conta a história de um rei que tinha um grande tesouro e que queria aplicá-lo na construção de uma biblioteca, num reino onde não havia hábitos de leitura por parte da população.
Já o livro “O artista que pintou o cavalo azul”, de Eric Carle, serviu de ponto de partida para uma actividade de expressão plástica realizada pelas crianças das escolas presentes.

ANTÓNIO GEDEÃO, in LÁGRIMA DE PRETA (A Voz de Moçambique, 1964) 

Encontrei uma preta 
que estava a chorar, 
pedi-lhe uma lágrima 
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.


*

Trabalho de Mónica Loureiro, 5º Ano do Curso de "Arquitectura de Design", Cadeira de Projecto (Prof. José Brandão). Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Exames do 4.º ano geram confusão - Sociedade - Sol

Exames do 4.º ano geram confusão - Sociedade - Sol

25 de ABRIL - As nossa escolhas

















25 de ABRIL










Um excelente livro para abordar o 25 de Abril com os nossos alunos. Vejamos algumas passagens brilhantes:

“Era uma vez uma flor.
Tanta flor que pode ter uma história, era uma vez... seja na primavera seja no próprio inverno.
Mas esta flor era uma vez num canto escuro da terra sem sol que lhe desse cor, sem um olhar que a tocasse, sem as mãos do vento que a fizessem estremecer.
Vivia num canto escuro perto de uma lagoa de sapos, entaipada. Nem o vento ou a vida a estremecia.
Era uma vez, mesmo uma vez, toda a sua vida de sombra.
Na escuridão os sapos fitavam na flor os seus olhos muito redondos e feios mas cheios de desejo de a olhar, como se lhe dissessem deslumbrados:
- És pobre, prisioneira da sombra e és bela!
E a flor continuava escondida como num lençol de trevas sepultada.
As suas raízes agarravam-se à terra, frágeis, recebendo a humidade.
O caule tentava erguer-se na posição vertical, à procura do sol que não chegava nunca.
E as pétalas, que não tinham nenhuma das cores do arco-íris, porque o sol nunca as tocara - iam-se abrindo, pálidas, devagarinho.
E, fora daquele canto da Natureza, a primavera já tinha rompido, aberto as cortinas de luz .
[...]
E o sol, um dia, apareceu pela madrugada, mesmo sobre a noite.
Nasceu mais cedo do que nunca, nem sabemos como podia ter nascido assim quando a Terra se movia exatamente como nos outros dias.
E veio de madrugada misturado com música tão mansa que as sombras se haviam esquecido de tapar a flor – a flor escondida de pétalas sem as cores do arco-íris, sem folhas verdes, de caule mal erguido.
E os sapos abriram mais seus grandes olhos com o musgo da solidão e o desejo verde de amar.
- És bela! És bela! – gritaram.
[...]
E a flor sorriu abrindo o vermelho nítido das pétalas, o verde nítido das folhas – que as flores também podem sorrir.
E então, viu-se uma criança que caminhava pela madrugada.
[...]
A flor vermelha, desde que tivera a cor que o sol lhe havia dado, começara breve a vida, a sua verdadeira vida ligada à terra.
E em vida sorriu. Vida breve de flor que em breve iria morrer.
Mas continuaria.
[...]
Ela, apesar de tudo vivera porque esperara – tanto! – o sol, com o amor irmão dos sapos.
E se deixara cortar para viva continuar.”

Matilde Rosa Araújo, História de uma flor, Caminho

domingo, 7 de abril de 2013

Manifesto ANTI LEITURA - José Fanha


Mais uma daquelas felizes coincidências [ou não], na comemoração dos "120 anos de Almada Negreiros", nasce um novo manifesto. - Morra a Leitura! PIM! PAM! PUM!




José Fanha na Lápis de Memórias, leitura do "Manifesto Anti Leitura"

no dia 4 de abril, na inauguração das novas instalações da Lápis de Memórias em Coimbra, José Fanha leu poemas da antologia editada pela livraria/editora/discoteca e deliciou-nos com alguns momentos de conversa e de leituras de textos seus.

publica-se hoje a leitura do "Manifesto Anti Leitura", editado em 2012.

http://www.youtube.com/watch?v=Pom4XSL2Ruo&list=UUxPFdD8Dkmd0yeTq1NJReow&index=1

espero que gostem, porque mais virá que riquíssima foi a partilha.

seja este registo uma resposta à comunicação ao país que hoje tivemos de sofrer.
 — with Afonso CruzAntom Laia LopezEmilia Nave and 123 others.

BY  António José Cravo
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Dia do Jornalista